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Diga-me como te chamas e eu te direi quem és

Sobre o direito ao uso do nome social para travest

Como dizia Simone de Beauvoir: “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. O mesmo vale para os homens. Nasce-se de um sexo, com órgãos dotados para uma determinada missão biológica, reprodutiva, mas viver é sexuar-se, assumir uma identidade de gênero, feminina ou masculina. Essa é uma das mais árduas tarefas de uma existência.

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10/03/08 |
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Terra de Nanicos

Sobre a violência no trânsito e o filme Transformers

Somos vulneráveis e quebradiços, demasiado pequenos para a terra de gigantes que construímos. Nosso mundo é hostil aos homens sem armadura, nus de máquinas. Os prédios arranham os céus, muitas ruas requerem fôlego de atleta para sua travessia, as distâncias nos exasperam, queremos ir e vir sem barreiras. Nossos passos são curtos, lentos, somos inválidos frente a tanta grandeza. De certa forma somos cadeirantes, mesmo que nossas pernas sejam saudáveis. Precisamos próteses.

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05/03/08 |
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Uma autobiografia fora do armário

Sobre homossexualismo e a autobiografia de Alison Bechdel

 Alison Bechdel escreve com imagens. Em 2006, lançou “Fun Home”, sua autobiografia em quadrinhos, ganhadora do “Eisner Award”e publicada no Brasil pela Conrad. Não perca.

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01/03/08 |
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Velhas histórias, novas personagens

Sobre o filme O Segredo de Brokeback Mountain

O Segredo de Brokeback Mountain”, filme candidato ao maior número de Oscars da temporada, é uma lacrimógena história de amor, daquelas que nos fazem pensar que a paixão é uma experiência para poucos. No caso, o idílio é entre dois homens.

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08/02/08 |
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Juno

Sobre a maternidade adolescente e infertilidade

Dos rivais que a libertação feminina tem enfrentado, os mais indomáveis parecem ser os ritmos biológicos. Ficamos prontas para engravidar, com a fertilidade a ponto de bala, o corpo viçoso e flexível, quando a cabeça ainda tem muitíssimas outras coisas com o que se ocupar. Depois, quando certas escolhas já foram feitas, e algumas garantias nos tranqüilizam, aí já estamos fisicamente mais frágeis para conceber e parir. Se então quisermos ser mães, necessitaremos repouso e assistência médica.

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01/02/08 |
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Soutien invisível

Sobre plásticas e imperfeições femininas

Qual não foi minha surpresa quando, ao entrar no banheiro feminino, de uma festa infantil, encontrei três mulheres exibindo animadamente seus seios umas para as outras. Mais surpresa ainda fiquei quando fui convidada a apreciar as mamas de mulheres que conhecia, mas não tão intimamente assim. Nada contra, fruto do rescaldo hippie da década de 70, acabei sendo meio naturista.

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01/01/08 |
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O neto de Sherlock Holmes

Sobre o seriado House

Sou hipocondríaca o suficiente para emprestar, uso meus parcos conhecimentos de medicina para diagnósticos estapafúrdios: dor de cabeça em criança é meningite, em adultos é AVC, espinha é câncer de pele, todo sintoma é grave, toda doença é letal. Por isso recorro aos médicos, figuras encarnadas do salvador, que possuem os recursos para prevenir e remediar o mal temido. Nada nos estranha que recorrentemente eles tenham se transmutado em heróis, personagens literários e anti-heróis, como é o caso do célebre Dr. House, da série televisiva que leva seu nome (no Brasil, pode ser vista no Universal Channel ou na locadora mais próxima).

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26/12/07 |
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Olhos grandes

Sobre o filme Cria Cuervos de Carlos Saura

Passaram-se 30 anos desde nosso primeiro encontro. Foi numa sala de cinema, e desde então eu soube que ela era minha melhor tradução. Quando me chegou a informação de que poderia vê-la novamente, confesso que vacilei. Na hora do encontro um friozinho na barriga denunciava o temor de reviver a emoção que ela me causara. Mas já no primeiro impacto de seus grandes olhos negros, nos quais novamente me perdi, soube que o efeito havia se renovado. Cria Cuervos, o filme de 1976 do diretor espanhol Carlos Saura, finalmente disponível em DVD, ainda continha a essência da minha infância.

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12/12/07 |
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De tudo resta um pouco

Sobre o livro Louca por homem de Claudia Tajes

Amar é despersonalizar-se. Aos nossos ouvidos isso mais parece palavrão. Deveria ser assim: a gente escolhe, na hora em que bem entende, alguém que case com nosso modo de ser e estar; e uma vez encontrado aquele que se molda ao nosso desejo, ficaremos com ele tanto quanto nos convier. Além disso, a separação não deveria nos destruir, depois de cada fim poderíamos voltar sem maiores traumas para o ponto de partida, abastecendo-nos de nossos ricos recursos pessoais. Quanta idealização há nessa pretensiosa fantasia contemporânea!

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01/12/07 |
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“Fazer um câncer”

Sobre as causas psicológicas das doenças orgânicas

Woody Allen escreveu certa vez sobre as palavras mais maravilhosas que ele já escutou: “É benigno”. A Zero Hora tem publicado histórias de mulheres que foram informadas do contrário, descobriram estar com câncer de mama. Com diversos graus de proximidade, muitos de nós vivemos histórias como as delas. 

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28/11/07 |
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