Últimos posts
Exibir por:

Família maionese

Sobre famílias constituídas por casais gays

Há um comercial de maionese Heinz da TV inglesa no qual um homem prepara algo na cozinha, quando se aproxima um garotinho pedindo algo para a mãe, o homem vira-se, a pergunta era para ele. Na seqüência, chega uma menininha que também o chama de mãe e recebe dele um sanduíche para a escola, como o irmão. Por último, um homem de terno e pasta, despede-se com um “até a noite amor” e escuta, “você não está esquecendo alguma coisa?”, eles trocam um selinho e o primeiro arremata com um “eu te amo” (veja no: http://www.youtube.com/watch?v=Xl0bkv0jCCM). Continue lendo…

09/07/08 |
(0)

A invenção da criança da psicanálise: De Sigmund Freud a Melanie Klein

História da psicanálise de crianças

Abstract:
Apesar da perseverança com a qual Sigmund Freud se dedica a provar a existência da sexualidade infantil, mesmo no interior da comunidade psicanalítica, a infância não foi pacificamente conceitualizada.  

Continue lendo…

01/07/08 |

Carta a M. sobre Carta a D.

Sobre o livro de André Gorz

 Mário, acabei de ler o livro que teu amigo te deu de aniversário: Carta a D.: História de um Amor. O livro é uma carta aberta, um manifesto de amor duradouro, mas também o balanço final da relação de 58 anos de André Gorz com Dorine Keir. O escritor André era um judeu austríaco que viveu o intenso século XX, navegou pelas águas do existencialismo, do marxismo, foi uma das figuras inspiradoras das idéias de maio de 68, precursor do pensamento ecológico. Dorine era uma inglesa, que iniciava uma carreira teatral quando se conheceram, mas que dedicou a vida à parceria com o companheiro.

Continue lendo…

01/07/08 |
(3)

Contos do amor insuficiente

Sobre o livro O silêncio dos Amantes de Lya Luft

Amar é… incomunicabilidade. O silêncio dos Amantes, o mais recente livro de Lya Luft (Ed. Record), é um passeio, por vezes triste, ora fantástico, mas sempre emocionado pelas limitações do amor. Nos contos de Lya tem gente que até ama, mas, mesmo assim, se suicida. Há as mães órfãs de seus filhos tragicamente perdidos. Há os filhos que percebem o amor destrutivo dos seus pais, alcoolistas, violentos, maus.

Continue lendo…

11/06/08 |
(0)

Diz que me ama, olha pra mim!

Sobre a capacidade de ficar só

Maldito dia dos namorados: todo ano a choradeira é igual. Os solteiros se lamentam, por motivos óbvios, os comprometidos também se queixam do pouco amor recebido, e até os mal acompanhados descobrem por que ainda não se separaram. O mundo parece gritar que o amor é tudo. Provavelmente, esse coro de insatisfeitos (ao qual pertencemos, sim, sempre ou de vez em quando) está pedindo do amor o que ele não tem para dar. O amor anima, mas não completa. Esqueça daquele papo de meia laranja ou alma gêmea. Para sermos menos lamurientos, precisamos ter a capacidade de estar sós.

Continue lendo…

01/06/08 |
(1)

Um naturalista a bordo da nau dos sonhos

Sobre artista plástico Walmor Correa

Houve tempos em que não era necessário sair da terra para fazer viagens fantásticas. No passado, quando tantos lugares ainda eram desconhecidos, bastava subir a bordo de um navio para ver desfilar inimagináveis maravilhas. Mesmo assim, jamais nos conformamos com o que a realidade tinha para nos oferecer. Dragões, hidras, gigantes, sereias, fadas, os monstros mais variados eram descritos e desenhados, como prova de que nossa imaginação não perde sua gula: ela jamais se satisfaz com o que consta no cardápio da natureza.

Continue lendo…

28/05/08 |
(0)

Noivos nervosos

Sobre as pomposas cerimônias de casamento

Acontece na vida real, acontece na televisão: o casamento é um ritual cada vez mais complexo, cheio de detalhes tão insignificantes quanto significativos. Na televisão a cabo, há programas, do tipo reality show, onde uma noiva estressada é acompanhada nos preparativos do seu dia de princesa. Há outro só sobre comidas de banquete de casamento, e ainda “Três noivas gordas e um vestido magro”, uma competição de perda de peso pela indumentária, entre tantos outros. Na vida real, a preparação da cerimônia leva no mínimo meses: todo detalhe é importante, flores, roupas, champagne, comidas, luzes, devem se combinar numa apoteose em que cada item deve traduzir o amor dos noivos, selar sua união.

Continue lendo…

14/05/08 |
(0)

Ana Maria Taborda

Sobre teatro e o adeus a esta diretora

No final da década de 70, a ditadura mostrava suas primeiras fissuras. Além de garantir a abertura, minha geração tinha outra missão importante: curar a própria ignorância cultural e a alheia. Anos e anos de censura e protestos e a promessa de que amanhã iria ser outro dia. Esse amanhã, sentíamos, estava em nossas mãos.

Continue lendo…

30/04/08 |
(0)

Me fraguei!

Sobre o Dicionário de Portoalegrês e o tempo das expressões populares

Readquiri meu exemplar extraviado do Dicionário de Porto-Alegrês, do prof. Fischer, e descobri que sou do tempo em que um bodoso qualquer, botava a maior beca e saía bem belo por aí! Só para ficar na letra “b”. A compilação de expressões próprias da nossa cidade é obra séria, mas de se finar de rir. Estava eu nos trâmites disso, quando chegou minha filha adolescente com uma amiga. Comecei a ler para elas alguns verbetes que eram seguidos de comentários: é bem assim que vocês falam, minha mãe também usa essa expressão de velho Ou o mortal: essa até eu uso. Fiquei encasquetada. O que pensava ser um recorte no espaço, revelou-se um lapso de tempo retratado na linguagem…

Continue lendo…

16/04/08 |
(0)

Filha de criação

Sobre abusos cometidos contra crianças

Filhos de criação vivam ligados a famílias para quem trabalhavam como empregados, mas não recebiam salário. A acolhida que os livrava da miséria de origem incluía moradia, comida, roupas usadas e, com muita sorte, teriam direito a um colégio noturno e lugar na mesa às refeições. Alguns dentre estes, podiam crescer e construir uma vida própria, casavam ou aprendiam algum ofício e partiam, mas em inúmeros casos eram, por isso, considerados traidores. Infelizmente, a maioria acabava incumbida de auxiliar na velhice dos donos da casa, liberando os filhos “de verdade” para seguir seus destinos.

Continue lendo…

02/04/08 |
(0)