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Bruxas

Sobre um crime feminino insuportável

Numa mesma penitenciária, Anna Carolina Jatobá, Suzane Richthofen e Valdecina Alves de Almeida pagam seus pecados. Todas são responsáveis por crimes que impactaram a opinião pública: o assassinato de uma enteada, dos pais e o selvagem espancamento de um bebê, respectivamente.

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01/04/09 |
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Cadáveres de plástico não morrem jamais

Sobre a exposição educativa que utiliza cadáveres polimerizado

Nós enterramos nossos mortos. A cremação, que é a minha opção, está ganhando adeptos todos os dias. Mas esses não são os únicos destinos possíveis dos cadáveres: os egípcios e os incas mumificavam seus entes queridos, houve povos que os expunham aos animais para serem comidos, e inclusive ainda existe o canibalismo ritual dos mortos. De qualquer forma, o cadáver sempre foi objeto de reverência, o que fazer com ele nunca foi banal nem dum descarte fácil.

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18/03/09 |
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Sempre teremos Paris

Sobre insatisfação feminina e o filme Revolutionary Road

April e Frank Wheeler consideravam-se especiais, eram irreverentes, ele lutou no front da segunda guerra, ela queria ser atriz. A primeira pergunta que ela dirige a ele quando se conhecem: – o que você faz? Ele responde de forma literal, dizendo no que trabalha. Ela o corrige, não está interessada na realidade, mas no sonho: o que ele quer ser? Frank diz que está confuso, procurando se encontrar.

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01/03/09 |
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Reflexões equinas

Sobre escolha de caminhos

Embora no resto do Brasil se acredite que toda gaúcha é uma amazona, raras vezes montei a cavalo. Acho a idéia mais fascinante do que a prática. Sinto-me sobre um cachorro gigante onde não consigo olhar na cara para saber se está disposto a me levar ou derrubar. Geralmente eles são dóceis e nos levam a bons passeios, mas eles têm lá suas idéias e uma delas é “voltar para casa”.

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01/03/09 |
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Benjamin Button

Sobre as fases da vida

As fases da vida podem ser vistas como um círculo: no princípio, o desafio passa por aprender a não urinar e defecar nas calças; a missão seguinte, quando já se é um pouco maior, seria conseguir amigos; passada essa fase, o maior objetivo passa a ser fazer sexo; resolvido isso, a tarefa seguinte é conseguir dinheiro. Já na meia idade, a conquista, novamente, é fazer sexo; depois vem a fase de fazer amigos e o derradeiro desafio da vida de um homem consistiria em não fazer as necessidades nas calças.

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24/02/09 |
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Nós canhotos

Sobre essa condição como metáfora

Quem me conhece sabe que possuo duas mãos esquerdas. Apenas a minha melhor esquerda fica do lado direito, o que sempre me fez passar por destra.

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04/02/09 |
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Sorte no jogo

Sobre o sonho de ganhar na loteria

Sabe aquela piada do judeu que pede a Deus que o ajude a ganhar na loteria, pois passa fome, tem muitos filhos, pais doentes e outras desgraças. Ao que o Senhor lhe responde: – Mas Isaac, pelo menos compra um bilhete! Não é por economia que não compro bilhete de loteria: é por total descrença de que a providência tenha alguma boa surpresa guardada para mim. Quanto às ruins, tenho absoluta certeza que me espreitam, e se atirarão sobre mim como um felino de tocaia.

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21/01/09 |
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Gris

Sobre cabelos brancos e auto-imagem

Estou reconciliada com meus cabelos. Os anos de litígio encerraram-se com um acordo diplomático. Não bastasse a cor original, um castanho sem graça e os fios grossos e indomáveis, ainda os brancos tomaram conta da cabeça aos trinta. Durante as décadas de discórdia, as batalhas incluíram todos os tons de vermelhos, cobres e mechas possíveis e imagináveis. Cansada das labaredas vermelhas dessa guerra de tintas, decidi parar de pintar faz uns quatro anos.

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01/01/09 |
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Memórias felinas

Sobre o Garfield que existe em todos nós

Meus gatos sempre abusaram de mim. Faziam gato e sapato, para ser redundante. Koshka, minha segunda cria felina, parecia dar discursos. Mesmo sem entender o gatês, eu sabia que ele estava reclamando do meu tempo de ausência, embora os dele pudessem durar dias. Ele era louco por briga e rabo de saia, suas temporadas mais caseiras coincidiam com olho purulento, orelha rasgada ou pata inchada. Entre minhas atribuições de escrava humana estavam, obviamente, os curativos. Minha primogênita, a Fera, era confinada num apartamento, o que só aumentava seu poder sobre mim, ela decidia em que posição eu iria dormir, sentar e comer, além de que sua farra noturna me exauria. Felinos passam o dia dormindo, assim ficam prontos para as noitadas. No caso da Fera isso incluía uma bolita de gude, que ela mantinha escondida e resgatava para fazer rolar pelo parquê e bater nos cantinhos nas altas horas da madrugada. Nunca consegui tirar a bolita dela, sumia providencialmente assim que eu me levantava, acho que ela guardava na boca…

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10/12/08 |
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Ciúmes

Sobre esse sentimento, Revista TPM

Catherine Millet gostava de entregar-se aos homens. Teve muitos, principalmente em grupos, com a conivência de seu marido. Ela publicou sua experiência num best seller chamado: A vida sexual de Catherine M., em 2001. Já o esperado sucessor desse relato picante foi surpreendente: chama-se Dia de sofrimento (no Brasil só em 2009) e narra as dores que sentia, consumida pela angústia da descoberta dos encontros do marido com suas sucessivas amantes. Não se trata de hipocrisia da parte dela, nem de cegueira relativa a seus próprios atos, acredita que assumir uma sexualidade muito livre não nos impede de cair na armadilha assustadora do ciúme e não nos protege de antemão contra a dor que a acompanha.

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01/12/08 |
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