Família margarina
Sobre as expectativas frustradas de confraternizações familiares natalinas
Existe uma solução simples para problemas complicados: assista propagandas. Quer saber do que os homens gostam? Consulte comercias de cerveja. Cigarros informam como andam os solteiros bem sucedidos, sabões em pó lembram a dona de casa que ainda habita em cada mulher e boa parte das propagandas ensina às mulheres como parecer para ser desejada. Já as propagandas de margarina deram forma à família ideal.
Você faria um casamento grego?
Sobre o filme Casamento Grego em 04/12/2002
O sucesso da comédia romântica Casamento Grego pode ser entendido como a infalível queda do público para a água-com-açúcar, mas não é o seu único atrativo. Há algo mais: o casamento em questão é baseado em amar a diferença, quando o usual hoje é se apaixonar pelo espelho.
O Plagiário e o Psicanalista
Sobre o plágio
O escritor Moacyr Scliar anda as voltas com o problema de ser plagiado por um escritor canadense. A partir deste fato abre-se o interessante tema da originalidade que tem sido tratado com seriedade pelos autores em questão e por teóricos da literatura.
Os vivos e os mortos
Sobre o livro A Solidão dos Moribundos de Norbert Elias
31 de outubro é Halloween, 2 de novembro é Finados, dias de encontro com a morte. Os espíritos nos assombram o ano todo, mas nestas datas saberíamos o que fazer com eles, podemos lhes prestar algum tipo de homenagem, seja uma festa, uma visita ou uma lembrança.
O que vem de cima
Sobre o filme Sinais
Estamos sós no universo? Sem resposta lançamos mão dos extraterrestres sempre que os deuses nos deixam à mercê da casualidade ou da responsabilidade sobre nossos atos. O poder do céu sobre nossas vidas é uma espécie de denominador comum aos tempos e às culturas. Deuses e extraterrestres se alternam em ocupar este lugar da transcendência. “Sinais”, último filme do diretor indiano-americano Night Shyamalan une estas duas formas de fé.
Lágrimas necessárias
Sobre a série de livros infantis Desventuras em Série
A felicidade é a mais árdua das tarefas e as crianças então são as piores vítimas deste mandato, elas têm a incumbência de saldar contas passadas, presentes e futuras de seus adultos com a felicidade. Porém há mais sabedoria do que ingenuidade nelas, e é esta a responsável por um sucesso editorial infanto-juvenil. Trata-se de Desventuras em Série, publicação da Companhia das Letras. Escrita por um inglês que usa o pseudônimo de Lemony Snicket, narra a história dos três órfãos Baudelaire, nascidos em berço de ouro, que perdem tudo no mesmo incêndio que causa a trágica morte de seus pais. Desamparados, vagam de casa em casa, submetidos ao sofrimento, à pobreza e à maldade de um vilão. Para o autor, eles “são as pessoas mais infelizes do mundo” e ainda adianta que o final será também uma desgraça. É disto que os jovens leitores precisam.
Hetero & Homo
Sobre o filme Beijando Jessica Stein
Consideramos o amor o tempero da vida, a Meca do desejo, sendo o sexo seu companheiro infalível e sua melhor tradução. Às vezes, por sorte, a ficção abandona o óbvio e leva-nos a outras paragens. Beijando Jéssica Stein é um filme que passeia com inteligência sobre as delicadas questões do homo, do hetero e do amor e da amizade.
Verão de pai, verão de filho
Sobre o filme Houve uma vez dois verões
“Uma história de jovens contada por uma equipe quarentona”, esta é a definição de Jorge Furtado, para seu filme “Houve uma vez Dois Verões”. Talvez, a presença de seu filho no papel de um dos protagonistas ofereça uma resposta para a questão da relação possível hoje entre os jovens e seus pais quarentões.
Mulheres Super-poderosas
Sobre o desenho animado Meninas Super-poderosas
Fruto de um acidente científico, nasceram três Meninas Super-poderosas: Florzinha, Docinho e Lindinha, que salvam a sua cidade e criador de todo perigo. Mais do que um desenho animado, elas são um estilo, uma tendência. São promissoras representantes das mulheres que nosso mundo tem fabricado. Continue lendo…
A infância como matéria-prima
Sobre o trabalho da artista plástica Lia Menna Barreto
Lia Menna Barreto, a gaúcha escolhida para a próxima Bienal do Mercosul, cuja exposição pode ser vista na Bolsa de Arte, é uma menina levada que estraga brinquedos. Ela desmonta, derrete, perfura e rasga, mas também é uma mulher prendada que borda, tece, costura e cola. Para quem assistiu ao filme Toy Story, ficará mais fácil compreender a pueril comparação que vou fazer.