O Plagiário e o Psicanalista
Sobre o plágio
O escritor Moacyr Scliar anda as voltas com o problema de ser plagiado por um escritor canadense. A partir deste fato abre-se o interessante tema da originalidade que tem sido tratado com seriedade pelos autores em questão e por teóricos da literatura.
Os vivos e os mortos
Sobre o livro A Solidão dos Moribundos de Norbert Elias
31 de outubro é Halloween, 2 de novembro é Finados, dias de encontro com a morte. Os espíritos nos assombram o ano todo, mas nestas datas saberíamos o que fazer com eles, podemos lhes prestar algum tipo de homenagem, seja uma festa, uma visita ou uma lembrança.
O que vem de cima
Sobre o filme Sinais
Estamos sós no universo? Sem resposta lançamos mão dos extraterrestres sempre que os deuses nos deixam à mercê da casualidade ou da responsabilidade sobre nossos atos. O poder do céu sobre nossas vidas é uma espécie de denominador comum aos tempos e às culturas. Deuses e extraterrestres se alternam em ocupar este lugar da transcendência. “Sinais”, último filme do diretor indiano-americano Night Shyamalan une estas duas formas de fé.
Lágrimas necessárias
Sobre a série de livros infantis Desventuras em Série
A felicidade é a mais árdua das tarefas e as crianças então são as piores vítimas deste mandato, elas têm a incumbência de saldar contas passadas, presentes e futuras de seus adultos com a felicidade. Porém há mais sabedoria do que ingenuidade nelas, e é esta a responsável por um sucesso editorial infanto-juvenil. Trata-se de Desventuras em Série, publicação da Companhia das Letras. Escrita por um inglês que usa o pseudônimo de Lemony Snicket, narra a história dos três órfãos Baudelaire, nascidos em berço de ouro, que perdem tudo no mesmo incêndio que causa a trágica morte de seus pais. Desamparados, vagam de casa em casa, submetidos ao sofrimento, à pobreza e à maldade de um vilão. Para o autor, eles “são as pessoas mais infelizes do mundo” e ainda adianta que o final será também uma desgraça. É disto que os jovens leitores precisam.
Hetero & Homo
Sobre o filme Beijando Jessica Stein
Consideramos o amor o tempero da vida, a Meca do desejo, sendo o sexo seu companheiro infalível e sua melhor tradução. Às vezes, por sorte, a ficção abandona o óbvio e leva-nos a outras paragens. Beijando Jéssica Stein é um filme que passeia com inteligência sobre as delicadas questões do homo, do hetero e do amor e da amizade.
Verão de pai, verão de filho
Sobre o filme Houve uma vez dois verões
“Uma história de jovens contada por uma equipe quarentona”, esta é a definição de Jorge Furtado, para seu filme “Houve uma vez Dois Verões”. Talvez, a presença de seu filho no papel de um dos protagonistas ofereça uma resposta para a questão da relação possível hoje entre os jovens e seus pais quarentões.
Mulheres Super-poderosas
Sobre o desenho animado Meninas Super-poderosas
Fruto de um acidente científico, nasceram três Meninas Super-poderosas: Florzinha, Docinho e Lindinha, que salvam a sua cidade e criador de todo perigo. Mais do que um desenho animado, elas são um estilo, uma tendência. São promissoras representantes das mulheres que nosso mundo tem fabricado. Continue lendo…
A infância como matéria-prima
Sobre o trabalho da artista plástica Lia Menna Barreto
Lia Menna Barreto, a gaúcha escolhida para a próxima Bienal do Mercosul, cuja exposição pode ser vista na Bolsa de Arte, é uma menina levada que estraga brinquedos. Ela desmonta, derrete, perfura e rasga, mas também é uma mulher prendada que borda, tece, costura e cola. Para quem assistiu ao filme Toy Story, ficará mais fácil compreender a pueril comparação que vou fazer.
O bom filhismo
Sobre a pesquisa A Voz dos Adolescentes
Com o nome de “A voz dos adolescentes”, a Unicef conduziu no Brasil uma pesquisa que interrogou jovens entre 12 e 17 anos. Alguns dados causaram impacto: 70% dos jovens consultados sentem-se bem com a família, 95% consideram a família a instituição mais importante da sociedade e 84% consideram justa a forma como os pais os corrigem. As estatísticas confundem, uma vez que o estereótipo de adolescência que temos é o de rebeldia, agressividade e incomunicabilidade. Como explicar esse aparente “bom filhismo” que a pesquisa demonstra?
“Lilo e Stitch” é Woody Allen para crianças.
Sobre esse desenho animado Disney em 10/07/2002
Há pratos novos no menu Disney: os monstros são fofinhos, os contos de fada ficaram na estante e agora os holofotes se dirigem à representação que a criança e a família fazem de si mesmas. Antes, a cultura dedicada à infância era toda voltada ao desafio do “quem me tornarei”, hoje ela se ocupa de “quem sou”. A família também precisa buscar uma representação que leve em conta sua atual imparidade, feita de pais ocupados, separados, de filhos de vários casamentos, de dificuldade com os limites… Os filmes de princesas ou aventuras matavam a família de entrada para que a criança pudesse devanear com seu futuro glorioso. Agora há tarefas antes de chegar lá, o assunto é a própria infância.