Psicopreconceito
Sobre os preconceitos pseudo psicológicos e religiosos a respeito da homossexualidade
A Igreja Católica emite suas opiniões e ninguém é obrigado a leva-las em conta, fora seus fiéis. Em um glossário recém divulgado (Lexicon – Um dicionário Católico, coordenado pelo cardeal Alfonso Trujillo) o Vaticano qualificou o homossexualismo como um problema oriundo de um “conflito psicológico não-resolvido”, afirmando que as nações que legislaram em prol do reconhecimento civil de uniões homossexuais “negam um problema psicológico que joga a homossexualidade contra o tecido social”. Não me oporia a que uma religião fizesse exposição pública de seus preconceitos e de sua rigidez moral, faz parte, o que me move a opinar é o argumento psicológico que é utilizado para fundamentar a condenação moral de uma forma de amar.
O fardo de sobreviver
Sobre o filme O Pianista
O genocídio introduz um paradoxo: é preciso muita coragem para sobreviver. Convencionamos reconhecer um herói naquele que enfrenta a morte para salvar alguém ou uma causa com que se identifica, nos que morreram em combate. O filme “O Pianista” conta a história de alguém que lutou acima de tudo por sua própria vida. Não foi um covarde, porém entre a possibilidade de combater ou sobreviver, escolheu e foi escolhido para a segunda opção. Szpilman, protagonista do filme de Roman Polanski, é um pianista virtuoso, um jovem que já possuía certa fama em Varsóvia graças a que tocava no rádio. Em função disso, encontra algumas pessoas que se dispõe a ajudá-lo, como quem preserva uma obra de arte. Inúmeras vezes ele se salva por um triz, numa aliança entre o acaso e uma determinação de não se deixar morrer. Depois da guerra, exorciza sua história num livro de memórias, o que lhe permite viver tocando piano na Polônia até o ano 2000.
O anjo da casa
Sobre o filme As Horas e Virgínia Woolf
Ela custou a morrer. Sua natureza fictícia era para ela de grande valia. É extremamente mais difícil matar um fantasma que uma realidade. É assim que a escritora Virgínia Woolf, recentemente retratada no filme As Horas, descreve uma grande inimiga de sua produção literária: o Anjo da Casa. Foi numa conferência que proferiu para mulheres trabalhadoras em 1931 que Virgínia alcunhou esta metáfora. O Anjo da Casa é o perfil da mulher até a época vitoriana: solícita, compassiva, pura, não tem idéia ou desejo próprio, é uma Amélia. As Horas tem um personagem, Laura, que vive tentando ser este anjo.
Rumo Equivocado
Sobre o livro de Elisabeth Badinter e suas criticas aos rumos do feminismo
A revolução feminista possibilitou à mulher o romper com os papéis fixos de mãe, esposa submissa e relegada aos bastidores. Muitas mulheres viram, nas novas oportunidades, desafios que somente poderiam cumprir na condição de se mimetizarem com o estilo masculino, virilizando-se. Tornaram-se agressivas e competitivas, mostrando uma incrível capacidade em territórios anteriormente dos homens. Para tanto, sacrificaram seus desejos de constituir família, seus ideais românticos e sufocaram suas características femininas. Certo?
Casinha virtual
Sobre o jogo The Sims
Há um jogo de computador chamado “The Sims” que é uma verdadeira febre entre os pré-adolescentes, alguns mais crescidinhos e até um que outro adulto. Trata-se de um jogo de simulação de personagens, onde você cria um grupo de pessoas, lhes atribui aparência, uma certa índole psicológica, relações de parentesco, constrói uma casa e uma cidade.
Bloom X Rowling
Sobre as críticas de H Bloom à literatura infantil contemporânea
O crítico americano Harold Bloom desejou partilhar o seu acervo pessoal e abriu o seu baú de histórias e poesias. O resultado é a seleção de textos intitulada Contos e Poemas para Crianças Extremamente Inteligentes de Todas as Idades (Ed. Objetiva). Nele encontramos alguns graciosos textos de Chesterton, Kipling e Zola, assim como uma série de poesias cuja tradução duvidosa nos leva crer que devem soar muito bem em inglês.
A amizade na terra do nunca
Sobre o seriado de televisão Friends
Há 8 anos um grupo de amigos vem fazendo parte da vida de muita gente que os freqüenta virtualmente. Trata-se do seriado Friends, transmitido diariamente no Brasil pelo canal da Warner. Continue lendo…
Homem: modelo 007
Sobre James Bond
O último filme do agente secreto britânico 007 é não apenas uma relíquia do que de pior o mundo branco ocidental produziu em termos de intolerância e falta de diplomacia, é também um monumento às dificuldades de ser homem em uma cultura machista.
Menina-modelo
Texto sobre a imagem corporal na adolescência das meninas
Olhe uma revista feminina para mulheres adultas, passe seus olhos sobre as propagandas, os editoriais de moda, bonito, não?
O homem que sempre estava lá
Sobre o livro Tempos Interessantes, de Hobsbawn
Depois da virada do ano o balanço está feito, cada um já terá se confrontado com as realizações e pendências de mais um período vivido e estará tentando viver de acordo com as promessas que fez no ano novo. Como sempre, podemos dependurar as frustrações pelas metas não cumpridas no cabide do tempo e lugar que nos foi dado viver, afinal, se não fosse esta época de crise, se não vivêssemos no Brasil, tudo teria sido diferente… Continue lendo…