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Sobre o consumo natalino

A religião cristã ganhou, pelo menos nos rituais, a guerra das religiões e colonizou o mundo ocidental. Ninguém mais está livre do Natal. Além da refeição opulenta, faz parte da noite a troca de presentes, hoje uma prática burocrática, estereotipada e universal. Por isso não são insignificantes as acusações de que a verdadeira celebração do Natal seria ao “deus do consumo”, cultuado no templo do Shopping Center, com a imolação sacrificial do décimo-terceiro salário ou do cheque especial. 

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18/02/02 |
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Mi Buenos Aires querido

Sobre um período de decadência portenha em 09/01/2002

Habituamo-nos a criticar argentinos em geral e portenhos em particular devido à sua pretensão de serem europeus, acima de nossa condição latina, pobre, mestiça e calorenta. Por outro lado, sempre que o bolso permitiu, corremos às suas ruas largas, livrarias, cafés, parques e museus para respirar um pouco do velho mundo. A Argentina que naufraga hoje é também nossa, não só porque os modelos econômicos se assemelham, mas porque ela é um lugar psíquico para os brasileiros. Vê-la tão triste é também roubar a alegria de lembranças de luas de mel e viagens que tantos brasileiros fizeram, de tantos tangos escutados.

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09/01/02 |
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MINI-MONSTROS

Sobre o filme Monstros SA

Crianças são apaixonantes, cheias de frases e gestos surpreendentes, amolecem a alma, despertam ternura, conectam qualquer um com sua breguice interior. Crianças são insuportáveis, inconvenientes, barulhentas, sujas e cada vez mais espaçosas.Crianças são anjos e monstros.

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12/12/01 |
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A melhor crônica dos últimos 15 minutos

Sobre o disco dos Titãs

O novo disco dos Titãs vem com o curioso título:  “A melhor banda de rock de todos os tempos da última semana”. O título já é bom, mas há a letra da música homônima é melhor. Começa assim: “Quinze minutos de fama/ mais um pros comerciais/ quinze minutos de fama/ depois descanse em paz” retomando a famosa frase de Andy Warrol.

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28/11/01 |
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Os normais: amor com humor

Sobre o programa humorístico Os Normais em 14/11/2001

Vani ergue a cabeça, sai do entrevero erótico, olha  o telespectador e diz: não se iluda, estou pensando em outra coisa. Rui também sai da cena e expõe suas ridículas mesquinharias. Está no ar “Os normais”, uma sátira da relação amorosa que tem cativado até o público menos televisivo.

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14/11/01 |
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Finados mas não findos

Sobre a morte

O enterro que mais nos preocupa é o nosso. Quem não fantasiou estar presente à cena de seu próprio velório para observar as homenagens de que seriamos objeto? Muitas vezes quando tristes imaginamos nossa morte como forma de suprema vingança, pois é aí que eles (os que não souberam nos amar) sentiriam nossa falta. De qualquer maneira depreende-se daí que não supomos a morte sem lhe atribuir um beijo de adeus, tão importante que por ele chegamos a imaginar morrer.

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03/11/01 |
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Harry Potter e a magia da leitura

Sobre o livro de Rowling em 10/10/2001

Agradeço a Sra. Rowling por lembrar a todos que o livro tem futuro, basta escrever a coisa certa. O mais interessante deste sucesso editorial é o pasmo com que foi recebido. Incrível,crianças lendo…

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10/10/01 |
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Todo mundo em pânico

Sobre os atentados 11 de setembro

“Inferno na Torre”, “Alien”, “Tubarão”, “Independence Day”, “Armagedon”, “Pânico”, “A Bruxa de Blair”, “O Exorcista”, a lista é infindável. Como se duas grandes guerras mundiais não houvessem nos saciado de traumas e catástrofes, produzimos o horror como forma de lazer. Por que precisaríamos cultuar os nossos medos?  

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26/09/01 |
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Um adolescente de meio século

A atualidade do “Apanhador no campo de centeio” Quando um texto aniversaria, tendemos a dizer-lhe o mesmo que a uma pessoa: “estás jovem!”. Por isso no cinquentenário do “Apanhador no campo de centeio” o óbvio seria comentar a sua atualidade e o quanto ele foi inovador.   É perfeitamente possível lê-lo, se subtrairmos as referências históricas, […]

A atualidade do “Apanhador no campo de centeio”

Quando um texto aniversaria, tendemos a dizer-lhe o mesmo que a uma pessoa: “estás jovem!”. Por isso no cinquentenário do “Apanhador no campo de centeio” o óbvio seria comentar a sua atualidade e o quanto ele foi inovador.   É perfeitamente possível lê-lo, se subtrairmos as referências históricas, como o discurso contemporâneo de um adolescente.

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Crônica de uma geração

Sobre Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva

Marcelo tinha vinte anos de idade e  deu um mergulho quase fatal, a década de 70 findava, passavam 8 anos que seu pai havia sido engolido pelos porões da ditadura. Assim que pôde, escreveu. Paralisado, teve o distanciamento necessário para contar a vida privada da juventude que cresceu no regime militar. Jovem no tom entesado, maduro como o olhar de um velho, o relato do livro é temporalmente ímpar. Escrito numa época da vida em que se fala mais do que se pensa, se pensa mais do que se entende, se faz mais do que se sente e se sente mais do que se suporta.

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05/09/01 |
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